02 outubro 2009

O Não-Julgar

Final de semana com atividades na Comunidade, novos ensinamentos e o reiterar de saberes à tempos compartilhados:

O julgamento, ou avaliação crítica (do outro ou de si próprio), é frequentemente apontado como um dos fatores que mais interferem no processo de superação do ego, da personalidade.

Para avaliar uma ação, uma atitude ou comportamento, estabelecer um juízo de valor, e formatar como uma opinião - mesmo que não-compartilhada - é preciso posicionar-se dentro de algum critério. E a escolha do critério, qualquer que seja, necessita da autro-aprovação interna, precisa ser coerente com as estruturas de valores tidos como "corretos" - e, naturalmente, egóicos.
O que está fora deste círculo de valores  é definido então como incorreto, incoerente, fútil, errado, etc.

É dito que a adequada conduta do asceta compreende o não julgar, não condenar o comportamento alheio, seja este qual for. Cada ser está vivendo as experiências dentro dos valores alcançados até então, e não existe ninguém igual a outro, cada um é um dentro da miríade de possibilidades, único. Não há parâmetros suficientes para comparar...

Posicionar-se como observador apenas, respeitando o estágio de desenvolvimento do outro, seria o limite para uma interatividade social fraterna.

E nem justifica querer ensinar, mostrar, exemplificar, teimar e reclamar, porque o no caminho do auto-conhecimento, a sabedoria só alcança a essência do ser por uma porta, que só pode ser aberta por dentro de cada um.

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